Prezados membros da Rede Brasileira,
Os 15 anos do Pacto Global foram comemorados em um grande evento que se realizou nos dias 23, 24 e 25 de junho na sede da Organização das Nações Unidas em Nova York. O Global Compact +15: Business as a Force for Good reuniu signatários de empresas, academia, governos e sociedades civil, além de representantes de grande parte das Redes Locais que compõem a maior iniciativa de cidadania corporativa do mundo. A Rede Brasileira esteve presente, representada por uma delegação de 22 organizações, contabilizando 34 profissionais, incluindo três integrantes da equipe da Secretaria da Rede Brasileira do Pacto Global e representantes da Diretoria do Comitê Brasileiro do Pacto Global.
Além de atuar como participantes durante as diversas atividades da Conferência, alguns brasileiros contribuíram também como speakers, levando conhecimento sobre tendências e boas práticas em sustentabilidade corporativa. Confira a lista de palestrantes brasileiros abaixo:
- Ricardo Leite, Sócio Fundador da Cerqueira Leite Advogados, abordou o potencial do negócios como força apoiadora da compreensão inter religiosa e inter cultural, no evento anual da Plataforma Business for Peace (23/06).
- Jorge Soto, Diretor de Desenvolvimento Sustentável na Braskem, compartilhou a experiência da Braskem em precificação de carbono no evento Caring for Climate Session on Carbon Pricing (24/06).
- Marcos Rossa, Gerente Geral de Sustentabilidade, compartilhou as atividades realizadas pelo GT de Anticorrupção da Rede Brasileira, na reunião do UNGC Anti-Corruption Working Group (24/06).
- Renata Seabra, Diretora Executiva Rede Brasileira Pacto Global, abordou os resultados do piloto de parcerias na Rede Brasileira com destaque para o Movimento pela Redução de Perdas de Água no XIII Annual Local Network Forum (24/06).
- Vanessa Tarantini, responsável por oportunidades de engajamento na Secretaria da Rede Brasileira do Pacto Global, compartilhou algumas atividades realizadas pelo GT de Direitos Humanos e Trabalho da Rede Brasileira durante a reunião do UNGC Human Rights and Labour Working Group (23/06).
Neste arquivo, procuramos trazer as principais mensagens e tendências debatidas nesta grande conferência, bem como documentos chave, que podem contribuir para o engajamento da sua organização com o Pacto Global e para o alinhamento da sustentabilidade corporativa com os seus negócios. Em breve publicaremos notícias e fotos no site da Rede Brasileira do Pacto Global.
Global Compact +15: Business as a Force for Good:
O evento que marcou os 15 anos da iniciativa trouxe uma homenagem a seu fundador e diretor executivo Georg Kell, que a partir de 1º de setembro de 2015 transmitirá esta responsabilidade a dinamarquesa Lise Kingo, que nos últimos anos atuou na multinacional Novo Nordisk, como vice -presidente executiva. Georg se aposentará após 25 anos de contribuições a Organização das Nações Unidas. O anúncio da transição foi feito pelo próprio Secretário Geral da ONU, Sr Ban Ki-moon, e mais detalhes podem ser vistos aqui.
Outro ponto de destaque foi o lançamento do Relatório: IMPACT: Transforming Business, Changing the World – The United Nations Global Compact, na Assembleia Geral da ONU, durante o último do evento. A publicação (disponível para download aqui) explora o papel do Pacto Global e estabelece 16 conclusões em três áreas: 1. Práticas corporativas; 2. Ambiente operacional das empresas; e 3. Visões de mundo dominantes. Em sua conclusão o relatório estabelece caminhos para o futuro, trazendo recomendações de como podemos trabalhar juntos para alcançar a visão de uma economia global sustentável e inclusiva.
*Em breve a Secretaria da Rede Brasileira realizará um webinar sobre esta públicação.
Confira abaixo as principais mensagens e documentos que compuseram os eventos das plataformas do Pacto Global. Para entender um pouco mais o espirito do Global Compact +15 não deixe de acessar o vídeo comemorativo e as fotos encontradas na conta do Pacto Global no Flickr.
Children’s Rights and Business Principles
Eliminar o trabalho infantil até 2025. Esta meta é possível e requere o compromisso das empresas e novas formas de trabalhar a cadeia de fornecedores. As empresas precisam de apoio para implementar a meta de tolerância zero para trabalho infantil em sua cadeia.
Link da Iniciativa: http://childrenandbusiness.org/
Vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=qwCn71YVJN0
Newsletter: http://childrenandbusiness.org/news-events/bulletin/
Webinar Series: http://childrenandbusiness.org/category/uncategorized/webinar-calendar/
Child Labour Plattform: http://www.ilo.org/ipec/Action/CSR/clp/lang–en/index.htm
Human Rights and Labour Working Group
Lançamento da segunda edição de A Guide for Business: How to Develop a Human Rights Policy: https://www.unglobalcompact.org/docs/issues_doc/human_rights/Resources/HR_Policy_Guide.pdf
UN Guiding Principles Reporting Framework: http://www.ungpreporting.org/
Reporting Framework: http://www.ungpreporting.org/wp-content/uploads/2015/03/UNGPReportingFramework_Feb2015.pdf
Publicação Oxfam Poverty Footprint: Understanding Business Contribution to Development: https://www.oxfam.org/sites/www.oxfam.org/files/oxfam-poverty-footprint.pdf
A ferramenta apresentada Poverty footprint é um esforço real para medidas concretas contra a pobreza. As empresas devem ser transparentes e envolver seus stakeholders neste esforço.
Mensagens-chave
- Muitos avanços foram conquistados em direitos humanos e empresas desde o lançamento dos Princípios Orientadores, no entanto precisamos pensar de forma ambiciosa para acelerar e dar escala às ações.
- As empresas devem alinhar suas ações aos ODS.
- Devemos pensar no papel do Estado. Ele é o maior comprador que um país pode ter. Em muitos países, as empresas públicas são maioria.
- Necessidade de Planos Nacionais: existe a necessidade de uma maior ação do Estado para implementar as ações que estão sob sua responsabilidade. Estados devem fornecer regulação adequada. Apenas 6 países lançaram um Plano Nacional de Direitos Humanos e Empresas até o momento.
- Somos a primeira geração que pode erradicar a pobreza e a última geração que pode salvar o planeta. A agenda de desenvolvimento pós-2015 é universal e inclui a todos.
- O desenvolvimento acontece com empregos. Temos que investir em empregos de qualidade e promover o ODS 8 (Promover o crescimento econômico sustentado, inclusivo e sustentável, emprego pleno e produtivo, e trabalho decente para todos).
UNGC Working Group on the 10th Principle against Corruption
Vídeo 10th Principle: https://www.youtube.com/watch?v=a31tbehhW9U
Link da página da Call to Action: https://www.unglobalcompact.org/take-action/action/anti-corruption-call-to-action
Lançamento de 2 publicações sobre ação coletiva, guias práticos sobre como iniciar e ir além da assinatura, com exemplos de outros países:
Link da publicação Global Anti-Corruption Collective Action: https://www.unglobalcompact.org/library/1781
Link da publicação Africa Anti-Corruption Collective Action publication: https://www.unglobalcompact.org/library/1811
E-learning The Fight Against Corruption (curso online elaborado por Global Compact e UNODC): http://thefightagainstcorruption.org/
Mensagens-chave
- O setor privado deve trabalhar em conjunto, podemos conectar a corrupção com os grandes desafios da atualidade.
- A corrupção é um câncer, temos que trabalhar para reforçar o ODS 16 (Promover sociedades pacíficas e inclusivas para o desenvolvimento sustentável, proporcionar o acesso à justiça para todos e construir instituições eficazes, responsáveis e inclusivas em todos os níveis).
- Nunca teremos paz e segurança enquanto a corrupção existir.
- Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção: primeiro instrumento verdadeiramente global e que fala com o setor privado.
- O setor privado ainda trabalha o tema apenas sob a ótica do compliance ao invés de ter políticas pró-ativas contra corrupção.
- A corrupção é um problema sistêmico e não apenas de países pobres. Por enquanto, este tema só ganha atenção quando há escândalos.
- Os processos de licitações públicos devem ser mais transparentes e eficientes. O custo para as empresas chega a ser de 15 a 20% maior devido a corrupção em contratos com o governo. Existe a necessidade de tornar públicos os contratos públicos. A transparência permite aos melhores negócios que consigam melhores contratos.
Business for the Rule of Law
No dia 24 de junho, foi lançada a iniciativa Business for the Rule of Law. Esta ferramenta busca promover o Estado de Direito através do engajamento do negócio responsável para apoiar a construção e fortalecimento das estruturas legais e institucionais – servindo como um complemento, e não como um substituto da ação do governo.
Link do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=B4d2oMiDVY0
Link do documento Business for the Rule of Law Framework: https://www.unglobalcompact.org/docs/issues_doc/rule_of_law/B4ROL_Framework.pdf
No dia 23 ocorreu o evento anual da Plataforma Business for Peace, que reuniu 300 profissionais para debater como a paz e a presenças de instituições transparentes e fortes pode contribuir para a boa prática dos negócios. Com uma apresentação do Sr Gustavo Perez, presidente da rede Mexicana do Pacto Global, o evento mostrou que a plataforma pode trazer benefícios para países com altos números de violência mas que não necessariamente estão passando por um conflito. Conheça mais sobre a iniciativa aqui.