Certa vez, um grupo de amigos começou uma jornada de 20 quilômetros na mata, deparou-se com um trecho abandonado de uma estrada de ferro. Era preciso andar pelos trilhos estreitos, mas todos, depois de alguns passos inseguros, acabavam perdendo o equilíbrio e caindo.
Dois deles desafiaram os demais, dizendo que poderiam andar o trecho inteiro sem cair uma vez sequer. Sob a incredulidade dos outros companheiros, os dois subiram cada um em um dos trilhos paralelos, estenderam o braço um para o outro, deram-se às mãos para se equilibrar e, assim unidos andaram com toda estabilidade pelo trecho inteiro, sem dificuldades.
É possível ser apaixonado pelo seu trabalho, ser íntegro na defesa de suas ideias, mas sempre é preciso saber fazer acordos para evitar rompimentos. E assim seguir unidos em busca da vitória.
O mundo é regido por princípios imutáveis, leis que regem nosso dia-a-dia e num efeito bumerang retornam sempre conforme foi “lançado”. Por isto não mude de posição se for ferir princípios éticos.
Mas considere que a maioria das questões envolve opiniões ou gostos pessoais, e não princípios. Avalie então a possibilidade de fazer acordos para que possa assim ter relacionamentos mais intensos e duradouros. É certo que às vezes situações adversas travam o desempenho de sua função não é mesmo? Quantas vezes hábitos de algum colega de trabalho impedem você de dar continuidade na execução da sua parte! O que fazer?
Investigue com cuidado o problema. Reúna informações, veja relatórios, e-mails. Analise como, quantas vezes ocorreram e quando você tentou contornar. Converse com todos os colegas envolvidos em cada etapa e diretamente ligados no ponto de conflito. Observe se é uma questão comportamental ou deriva do clima organizacional e se trás danos aos propósitos da empresa ou se alguém poderá ser prejudicado.
Leve suas conclusões para a direção da empresa individualmente, ou se possível, na reunião de gestores. De sugestões, alternativas, mas evite dar conselhos. Fale de ações geradoras de resultados para resolver o problema, mas poupe ser negativista repisando as dificuldades, use-as apenas para ajudar.
Seja franco. A sinceridade permite ampliar o diálogo aos demais com maior riqueza de ideias. Não evite nomes, diga-o claramente sem impingir culpas, mas sim responsabilidades, portanto, fale do problema, dos fatos e não das pessoas e de emoções. Não queira consertar o colega, mas alcançar o objetivo de resolver a situação, assim, as ideias expandem-se rapidamente e são transformadas em ação.
O resultado será dias de trabalho estimulantes com todos motivados pela comunicação honesta e sincera. Os braços importantes de sua vida darão as mãos e unidos, sua empresa e sua família agradecem. Pense nisso, mas pense agora!
Saulo Gouveia é consultor financeiro e organizacional, e atua oferecendo novos significados para viver as virtudes em abundância. Articulista de A Gazeta, escreve neste espaço aos domingos. www.seubolso.com.br