Liberdade Financeira, com nosso associado Saulo Gouveia
O monge e o discípulo andavam pelas ruas da cidade quando um velho perguntou: – Como obter a liberdade? – Divirta-se. Louve o criador com sua alegria – foi a resposta do mestre. Os dois continuaram a caminhar. Um jovem aproximou-se e perguntou-lhe: – Como obter a liberdade? – Não se divirta tanto – disse o mestre.
O discípulo, que estava atendo, comentou: – Parece que o senhor não sabe direito se devemos ou não nos divertir. Foi então que o sábio esclareceu com bondade: – A busca da liberdade é uma ponte sem corrimão atravessando um abismo. Se alguém se aproxima do lado direito, eu digo: “Para a esquerda!” se do lado esquerdo, eu digo: “Para a direita!” Os extremos nos afastam do caminho.
Para obter a liberdade financeira deveremos fazer um plano que deve passar por quatro peneiras, evitando as escolhas extremistas.
A primeira delas é o tempo, todo plano deve ser de no mínimo 10 anos. Não mais, nem menos. É o tempo necessário para evitar estresses financeiros e ansiedades desnecessárias. Nesse período damos um salto triplo. No primeiro salto envidamos esforços hercúleos para sobrar o máximo de recursos a fim de investir. É a fase de muita economia, onde deixamos tudo que não é essencial para mais tarde. Esse primeiro impulso é essencial para a meta almejada. Vai durar de dois a três anos.
No segundo salto podemos economizar um pouco menos. Nessa fase que vai do terceiro ao sexto ou sétimo ano já percebemos certo volume em nossos ativos que nos estimula muito. Nessa fase muitos clientes meus ficam tão motivados que mantém o nível de poupança.
E no terceiro salto ocorre a progressão geométrica. Do sexto ao décimo ano os ativos atingem valores “inacreditáveis” para aqueles que persistiram. É a diferença. Daí para frente toda renda mensal pode ser usada para realizar os sonhos.
A segunda peneira é a da visão anual. Tudo – entradas e saídas – devem ser medidas pelo montante do ano. Evite analisar somente o montante mensal, o mês distorce a percepção correta e foca nas situações financeiras momentâneas. Existem entradas e saídas de dinheiro que ocorrem somente uma vez ao ano. Algumas programadas e outras não. Além de impostos e despesas na época das matrículas escolares, existe a possibilidade de alguma doença a ser tratada ou acidente que gera despesas médicas e reforma do automóvel. O olhar anualizado amplia a percepção do todo.
A terceira peneira é a das dívidas. Após termos consciência que o plano é para o decênio e que devemos enxergar tudo anualmente, agora devemos nos conscientizar que sem pagar as dívidas, nada, mas nada mesmo é possível. Pague-as, não as renove. Ajunte cada centavo para eliminar as dívidas.
A última peneira é a dos bons hábitos. De nada adianta os passos anteriores, se continuamos com hábitos infelizes que fazem nossas ações serem ineficazes. Seja fiel às decisões tomadas. Na sua vida pode haver prestações, mas você não deve tê-las nunca mais. Na sua vida pode haver empréstimos, mas você não deve tê-los jamais. Na sua vida pode gastar tudo que ganha, mas você deve começar investir pelo menos 10% de tudo que entra. Na sua vida você pode comprar tudo que tira dinheiro do bolso, mas agora somente deve adquirir aquilo que gera renda. Pense nisso, mas pense agora!
Saulo Gouveia