Há pouco mais de 50 anos O’Hara era apenas um pequeno investidor de Detroit, nos Estados Unidos, e adorava aplicar em ações. Mas sempre deixava de ganhar dinheiro porque não conseguia entender bem o tal sobe e desce das bolsas e muito menos sabia escolher boas ações. Percebeu também que não era somente sua essa dificuldade. Foi aí que teve uma idéia brilhante: Chamou alguns amigos e passaram a reunir-se regularmente para analisar e entender melhor como aquilo tudo funcionava.
Um belo dia, um jornalista de sua cidade achou tudo muito interessante e escreveu uma reportagem contando o que viu. Os grandes jornais se interessaram pelo assunto, divulgaram e assim outros investidores começaram a fazer o mesmo. Virou febre naquele país. Nasciam, assim, os clubes de investimentos que se tornaram uma mania nacional.
O’Hara influenciou o mundo todo com sua idéia de reunir pessoas num espaço para aprender a investir. Fundou a National Association of Investors Corporations (Naic), hoje a maior e mais poderosa associação de investidores do mundo, e ficou muito rico, graças ao mercado de ações. Seu lema é a educação constante do investidor.
Um dos principais instrumentos para popularizar o acesso à Bolsa são os clubes de investimentos. No Brasil, o Instituto Nacional de Investidores (INI) buscou fazer uma parceria com a Naic e vem trabalhando para trazer a nossa pátria a mesma cultura, aproveitando que os brasileiros estão, aos poucos, tomando gosto pelo mercado acionário.
O foco em formar clubes favorece o envolvimento maior com o assunto e possibilita aprender as ferramentas disponíveis para a aquisição de ações.
Evita-se, assim, cair em “contos do vigário” e em muitas atitudes equivocadas, mas já comuns e habituais. Será que fazer um consórcio de casa própria vale a pena? Previdência Privada é o melhor caminho para garantir o futuro? Qual delas é segura para meu caso? Quando devo começar, agora ou daqui alguns anos? Devo optar por ações de determinada empresa ou comprar um fundo de ações? E assim certos assuntos que pareciam “bichos de sete cabeças” vão se desvendando e tornam-se amigáveis.
Existe possibilidade de investimento em três tipos de ativos, empresas, imóveis e papéis. São regulados pelo mercado, sendo movimentados pela demanda de oferta e procura.
Também podemos investir no mercado futuro para operar sob expectativas e sinalizações das atividades econômicas, podendo tanto especular para ganhar e também proteger uma atividade comercial ou industrial. O mercado futuro oferece uma vantagem adicional a toda cadeia de produção de commodities, oportunizando garantir uma margem de segurança para evitar prejuízos.
Investir é para todos, para quem tem muito e para quem tem pouco dinheiro. E se você não tem dinheiro sobrando no momento, é esse o maior motivo para pensar “eu vou ser um investidor”. Pense nisso, mas pense agora!
Saulo Gouveia é consultor financeiro e organizacional, e atua oferecendo novos significados para viver as virtudes em abundância. Articulista de A Gazeta, escreve neste espaço aos domingos. www.seubolso.net