Um convite a ação, decorrente da reflexão, *Por Aziz Camali
Dentro de um mundo corporativo onde o significado de propósito é mensurado muitas vezes em dinheiro, status e velocidade, cada vez mais tornando a superficialidade algo legal e muito mais atraente do que a lerdeza da profundidade que diminui a rentabilidade, seus atores acabam não percebendo a influência disso na mutação das suas crenças e comportamentos pessoais. Como ainda não nos fatiamos, levamos as influências do terno e gravata para as estruturas familiares, que investem muito mais nas escolas que preparam profissionais qualificados com aulas de educação financeira no berçário e aprendem aspectos capitalistas no KidZania, deixam de lado o menos importante vindo da construção de um ser humano que se permite errar, se auto responsabilizar e principalmente aberto para sentir e intuir.
Muitos acham que depois de um dia de cão, engolindo sapo e vivendo em um ambiente hostíl onde o mais forte sobrevive, chegar em casa, tomar um banho de sal grosso e simplesmente brincar com os 10 minutos que restam de verdade com seu filho, já acabado depois de fazer 10 fichas de lição de matemática para seguir os passos do pai economista e depois disso dormir feliz depois da reza no automático enquanto sua mulher já capotou do seu lado, vale a pena. A sensação e ilusão de que “vale à pena” e “é preciso aguentar isso em troca de segurança financeira ou benefícios” é arriscada e deve ser repensada. A esquisofrênia proporcionada pelo ambiente opressor não vale 1 meses de férias no lugar mais distante do mundo para tentar fugir do que na verdade está dentro de você. O modelo presente do TER pode machucar muito o seu SER.
Repensada sim! E na tentativa de resgatar algumas possibilidade da lucidez (que vem da palavra luz), às vezes precisamos estimular através do choque de realidade. É preciso mostrar o quão incoerente é a situação e a sensação de que você está preso e consumido pela inércia, somando a milhões de números baseados em carteiras de trabalho dentro de um modelo de sociedade que precisa de mão de obra para sustentar a economia cada vez mais faminta. Respire e lembre-se: a nossa vida é finita.
É preciso repensar! E às vezes esse choque de realidade pode vir de onde você menos espera. Sim, é possível estar inteiro conectado com o seu “eu” pessoa, profissional e espiritual na mesma situação com um baita sorriso na cara, sentindo a felicidade de simplesmente poder existir e viver o agora.
Relaxa, o objetivo não é se sentir mal ou inferior, infelizmente somos modelados a partir do nosso meio e principalmente as crenças de sucesso vindas dos nossos pais. O despertar dessa nova consciência é na evolução, uma nova realidade, pode ser vivenciado por qualquer um. Não é porque você foi colocado na caixinha do Baby Bummer e imagina que tem mais alguns anos, ou a “perdida” geração Y, modelos baseados na sociedade americana e não na individualidade de cada ser humano como DNA e personalidade única, que não serve pra você. A mudança vem de uma vontade interior que não pertence a nenhuma porcaria de rótulo que serve na verdade para construir um argumento dentro de uma teoria baseada e validada por dados quantitativos usados pelos departamentos de pesquisa e marketing para colocar público em caixinhas e justificar estratégias de venda.
Medo, insegurança, incerteza eu sei que dá, mas pensa de outra forma, como vou ser lembrado? O que eu julgo como prioridade? O que realmente valeu a pena na minha vida?
Convido você a transformar e ressignificar a sua história. Comece identificando o que tem em comum em todas as coisas que fazem seu coração bater mais forte, e se puder faça tudo diferente amanha de manha.
*Aziz Camali é sócio fundador da DZN, empresa de inovação aplicada a negócios e pessoas.