Contam que um admirador pediu ao pintor espanhol Picasso que fizesse um desenho, o que foi realizado em um minuto. O tal fã perguntou o preço. Picasso teria respondido US$ 1 milhão. “Mas US$ 1 milhão por algo que só tomou um minuto de trabalho?”, perguntou surpreso o fã do artista. “Não”, respondeu Picasso, “levou 30 anos para ser feito!”

Quanto vale o que você faz? São três níveis de valores que precificam os saldos recebidos por conta de sua profissão. Conhecimento, efetividade e raridade.
Conhecimento é a soma da dedicação profunda e da especialização em algo, mais o dom especial que você dá ao que faz. Como o caso do pintor Picasso, que sempre afirmou ter levado toda a vida para saber pintar como uma criança.

Efetividade é o resultado aplicado do seu conhecimento como meio de realizar coisas. Como na história que conta Normann Kestenbaum no livro “Obrigado pela informação que você não me deu!”:
“Imagine-se num belíssimo Porsche, último ano, conversível, dirigindo-se a uma cidade desconhecida. Em determinado momento, você vê um velhinho andando ao lado da estrada. Você para e pergunta: – Senhor, existem caminhos alternativos para chegar-se à cidade? O velhinho responde: – Sim, existem 4 estradas. Aí você quer saber: – Mas as distancias são iguais? – Não, uma tem 100 km, outra 150 km, outra 180 km e a última 210 km. Intrigado, você pergunta de novo: – Mas as estradas são iguais, o que as distingue? Ao que ele responde: – Bem, na primeira você verá paisagens lindíssimas, montanhas nevada, lagos etc.. A segunda é uma buraqueira só, toda de terra, boa para fazer um rali. A terceira é a mais nova da região, uma via expressa recém-inaugurada. E a quarta, beira o litoral.

Já imaginando qual estrada tomar você pergunta: – Qual estrada o senhor tomaria? E para sua surpresa, ele responde: – A de terra, cheia de buracos. Aí você obviamente quer saber: – Mas por que justamente esta? – Porque é a única segura da região, pois existem muitos assaltos nas demais.”
Isto é conhecimento aplicado, é efetividade.

Por último, a raridade. Tem muitos que fazem o que você faz? Então o saldo será pequeno. É raro? Será compensador. Busque ter um diferencial na sua profissão, sempre existe algo que pode ser feito de outra forma e melhor. Busque.

Contam-se que um navio de milhões de dólares estava parado e não achavam quem consertasse, e o prejuízo cada dia maior. Foi então que chamaram um especialista que resolvia tudo. Dito e feito, em menos de meia hora diagnosticou, solicitou um martelo e após uma pequena martelada “pufe”, o motor funcionou e o navio estava em movimento.

Solicitado o preço do serviço, o valor foi de R$ 1 milhão. Depois do susto pediram que o especialista discriminasse o serviço prestado. E assim veio o fax com o orçamento detalhado: Martelada R$ 1 mil, saber onde dar a martelada, R$ 999 mil.

E você sabe onde dar sua martelada efetiva? Nunca é tarde de mais para ser aquilo que você devia ter sido. Pense nisso, mas pense agora!

Saulo Gouveia é consultor financeiro e organizacional e atua oferecendo novos significados para viver as virtudes em abundância. Articulista de A Gazeta, escreve neste espaço aos domingos. saulogouveia@seubolso.com.br ou www.seubolso.com.br.