Ele costumava ir pajear os concorrentes e ver como faziam, anotava tudo e depois criava seus próprios fluxogramas simples, mas eficazes. Era visto dirigindo a própria caminhonete, despachava em minúsculo escritório e tinha hábitos frugais. Seu lema era “Faça. Corrija. Tente”. Seu nome Sam Walton, sua empresa Wal-Mart, hoje admirada e estudada nas principais universidades do mundo.
Imigrante polonês, sobrevivente dos campos nazista, continua no batente na empresa que criou. Seu nome Samuel Klein, dono do império de varejo chamado Casas Bahia. Também estudada nas universidades do mundo. O que tem estes dois em comum? A simplicidade de hábitos pessoais foi migrada para os seus empreendimentos. Suas empresas são enxutas, com pouca hierarquia e são símbolo do valor que volta a ser acatado nos tempos atuais: A simplicidade.
Mas não pense que simplicidade é sinônimo de simplório ou simplismo. A Wal-Mart opera em Bentoville, no interior do Arkansas, o maior banco de dados privados do planeta, capaz de processar, online, as informações de todas as lojas da rede. As Casas Bahia investem 1% do faturamento anual na tecnologia da informação. Em qualquer lugar do planeta seus gestores acessam as informações relevantes, como quanto faturou determinada loja, quantos carnês foram pagos, quantas geladeiras foram vendidas e outras mais.
Estamos vivendo uma nova era, na qual ter estruturas corporativas pesadas, pomposas, sedes luxuosas, muitos assessores e secretárias, mordomias enormidade de diretores e gerentes é garantia de morte certa. Frugalidade é a palavra da vez. Um mínimo de hierarquia, poucos cuidando do controle, do estratégico e o foco no operacional.
Estamos na era que o sucesso será das empresas enxutas. Velocidade nas decisões e flexibilidade para se adaptar aos altos e baixos do mercado mundial. Sobreviverão as empresas capazes de ter processos diretos, claros e objetivos. A burocracia já teve sua morte decretada, não existe mais espaço para uma enxurrada de relatórios, planilhas para preencher, controles intermináveis. O que importa são as informações cruciais e mecanismos de controle focados nos resultados. As operações deverão ser simples. Com espaço para criatividade e inovação. Chega de reuniões intermináveis onde todo mundo fala tudo, resolve-se tudo e depois ninguém faz nada do que acordou. É preciso determinar o que fazer, quem fazer, onde e quando fazer. Simples assim.
Com o advento da internet e da onda de aparelhos ligados, da TV ao rádio, do celular aos sites de redes sociais surgiu o déficit de atenção. As pessoas trabalham com multitarefa, multicomunicações, tudo ao mesmo tempo. Já não são somente salas abertas, é tudo aberto a todos e online – o tempo todo. Hoje, o maior foco de dispersão nas empresas é justamente a falta de foco. Os gestores não conseguem se fixar em um objetivo, saltam de uma nova preocupação para outra e outra. É uma batalha diária para distinguir o que é urgente do que é realmente importante. E, na maior parte dos casos, a urgência está vencendo. Precisa-se de profundidade. Espaços para produzir com atenção concentrada. Deve-se abrir espaço para diálogos, conversas, informações, mas reservar tempo para concentração, para surgir novas ideias e para o aprimoramento das ações existentes.
O sucesso é simples. Deseje intensamente algo e vá ao encontro de seu objetivo com paciência, trabalho firme e de muito tempo. O sucesso é uma viagem e não a estação final. Pense nisso, mas pense agora!
Saulo Gouveia (www.seubolso.net)