Declara com sinceridade Nadine Stair: “Se eu pudesse começar de novo, me atreveria a cometer mais erros. Eu relaxaria. Teria viajado mais, escalado mais montanhas e nadado em muitos outros rios. Eu teria, talvez, mais problemas verdadeiros, mas menos imaginários.”
“Tenho sido uma dessas pessoas que nunca sai para qualquer lugar sem um termômetro, uma bolsa de água quente, uma capa de chuva e um paraquedas. Se eu pudesse ter minha vida de volta, eu começaria a andar descalça na primavera e assim iria até o outono. Eu dançaria mais, me divertiria mais nos carrosséis, iria pegar mais margaridas”.
Nadine propõe uma vida mais leve e com menos estresse, para perceber as “margaridas” à nossa volta. Para ter esse objetivo qualquer atividade serve, seja em momentos de lazer ou no trabalho.
Estimula-nos a avançar sem medo de errar. Certamente seríamos mais felizes e mais dóceis. Ela propõe saber viver o momento presente, sem as ansiedades do futuro e os medos do que irá ocorrer.
Mas por onde começar? Experimente fazer três perguntas: O que faço me deixa feliz? O que eu gostaria de fazer que me fizesse feliz? E por quê?
Para responder às perguntas é importante saber que existem situações difíceis de vivenciar, mesmo quando fazemos o que nos deixa felizes. Como assim? Bem, todo trabalho que preenche um ideal de vida tem seus percalços. Por exemplo, uma pessoa adora ministrar palestras e cursos, mas não gosta muito de aeroportos e de fazer malas.
Já vimos muitas pessoas mudarem de emprego, para logo, logo descobrirem que eram felizes e não sabiam. Pode ser que o jardim que você esteja plantando seja o melhor para seu desenvolvimento, mas não estará isento de alguns espinhos. É nesse pomar cuidado com esmero e carinho que você colherá os frutos de seu labor. Atrairá os beija-flores e abelhas, mas terá de lidar com as “pragas” insistentes.
Busquemos aumentar as ocupações que nos apaixonam e diminuir as atividades que nos desagradam. Vamos, também, nos libertar de certas ações desnecessárias e desestimulantes. E buscar realizar outras de maneira diferente.
Quando fazemos algo com amor o universo se movimenta para frente, mesmo fazendo curvas, conspirando a nosso favor. Quer um exemplo? Em 1900 o astrônomo Francês Camille Flammarion escrevia seu famoso livro sobre a atmosfera quando uma rajada súbita e extraordinária varreu de cima da mesa todos os seus papéis e os fez voar pela janela. Foram sem rumo, justamente no momento que trabalhava o capítulo sobre a força do vento.
No dia seguinte ainda preocupado ficou surpreso ao saber do editor que o capítulo perdido estava com ele. Os dois concluíram que foi obra do vento. Mas, o fato foi desvendado logo depois; foi um amigo que havia achado o texto e percebendo se tratar da obra de Flammarion supôs que o cientista os tivesse deixado cair no caminho até a editora. Então foi até lá, não encontrando o editor, deixou na sua mesa.
Enfim, precisamos estar preparados para fazer o que for necessário para atingir o sucesso. Talvez alguns de nós estejamos esperando o dia no qual não haverá mais dificuldades. Como isso nunca ocorrerá em nenhum trabalho, o ideal é – se já fazemos o que gostamos – fazer bem e realizar cada tarefa com respeito e prazerosamente. Passaremos a sentir o trabalho como uma distração.
Pense nisso, mas pense agora!
Saulo Carvalho é consultor financeiro e organizacional e atua oferecendo novos significados para viver as virtudes em abundância. Articulista de A Gazeta, escreve neste espaço aos domingos. saulocarvalho@seubolso.com.br ou www.seubolso.com.br.