A Copa do Mundo é nossa, com o brasileiro não há quem possa. Essa frase que muito embalou nossas emoções traz lembranças que ficaram para a história. A cada nova edição da Copa do Mundo, renovam-se as esperanças, a motivação alcança a maioria das pessoas e o clima é altamente positivo.
Nós brasileiros temos a felicidade se sermos os melhores do mundo na arte de rolar a bola e levá-la até o gol adversário. Ser brasileiro é ter a honra de ser do país do futebol, de Pelé, Garricha e Neymar.
Aproveitemos o clima positivo para ampliar nossas ideias, projetos pessoais, criatividade e inovação. Vamos nos renovar pela esperança, desejo de mudar, crescer e vencer.
É pena que a maioria esteja anestesiada. Aproveitam apenas para curtir, torcer e gastar as energias. E além das energias, gastam também os recursos financeiros. Depois do Natal e do Carnaval, é durante a Copa que mais se esbanja dinheiro sem o lastro do bolso. Consomem dinheiro muito além do que podem, e quando podem, muito além do que convém.
Compram-se de tudo, aparelhos de TVs, sons, carros, motos e home theater. O consumo alcoólico aumenta assustadoramente, ultrapassando os limites do “beba com moderação”.
Para quem pensa que estou exagerando, na semana passada tive um exemplo concreto, quando recebi em meu consultório a Maria. Ela estava sem saber o que fazer, e precisava urgentemente de uma solução. Apesar de estar devendo prestações nas lojas da cidade e ter três empréstimos bancários, não hesitou em ir à loja de eletrônicos e comprou uma TV de 32 polegadas. E não é que a TV não coube na estante. Adivinha o que ela fez? Comprou uma estante nova. Assim como Maria, existem muitas outras Marias e Josés que só acordam depois da Copa.
Já pensou se o Brasil ficar sem o troféu de campeão? Com que clima enfrentarão a ressaca financeira? Quais a soluções possíveis? A maioria vai ter o nome incluso no Serviço de Proteção ao Crédito e leva mais quatro anos para recuperá-lo. Bem mas quatro anos já é 2022, e aí temos nova Copa do Mundo.
Repito nesta coluna o que não canso nunca de falar, e por mais óbvio que seja, deve ser repetido continuamente: Junte primeiro para depois comprar. Maria comprou a TV em 10 prestações. De seiscentos reais, pulou para mais de mil reais. E antecipar dez meses do futuro custou mais de quatrocentos reais, ou seja, quase uma TV a mais. E quando acabar de pagar a TV vale a metade.
Junte primeiro para depois comprar, serve para tudo, roupas, carros. Quer uma TV LCD para assistir à Copa e não tem recurso disponível? Então junte para a Copa de 2022. Não tem outro jeito, essa é a única saída inteligente.
Prestações jamais, empréstimos em nenhuma hipótese e junte primeiro para depois comprar. Anote isso em um quadro e cole na parede de seu quarto. O resultado virá, pode ter certeza. Pense nisso, mas pense agora!
Sem falar da corrupção que solapou as oportunidades de investimentos na educação, saúde e tantas necessidades primeiras. Bem mas isto, é tema para o artigo da próxima semana.
Saulo Gouveia é consultor financeiro e organizacional e atua oferecendo novos significados para viver as virtudes em abundância. Articulista de A Gazeta, escreve neste espaço aos domingos. saulogouveia@seubolso.com.br ou www.seubolso.com.br