Talvez por não meditar profundamente sobre as consequências imediatas em nosso bolso, acreditamos que a corrupção é somente um problema de alguns políticos desonestos e os seus “parceiros” de malandragem. Talvez por acreditar que os recursos que estão indo embora é propriedade do governo, deixamos de refletir que o mesmo não produz dinheiro, e sim arrecada de nós através dos impostos, e, por isso, deixamos de agir proativamente para ajudar na solução.
Talvez por pensar que a “doença” da corrupção esteja somente com os desonestos e sem caráter, é que nos calamos em um silêncio destruidor. Talvez por acreditar que corrupção é somente um problema dos outros, apontamos o dedo indicador para quem exerce o poder, e deixamos de meditar sobre como agimos em nosso cotidiano.
Um dia desses recebi uma mensagem da equipe de redação do site momento.com.br, que nos faz refletir sobre outras formas de corrupção. Lembram-nos que no dicionário, corrupção é adulterar, corromper, estragar, viciar-se. Vejamos alguns dos exemplos citados por eles:
Aprendemos a comprar produtos falsificados, a cobrar serviços não executados, a trocar peças sem necessidades, a vender veículos com motor “baleado” sem avisar ao comprador, entre outras ações infelizes. Corrupção é sermos pagos para trabalhar oito horas e chegarmos atrasados sistematicamente, ou sairmos antes, pedindo que colegas passem o nosso cartão pelo relógio eletrônico. É conseguir atestados falsos, de profissionais igualmente corruptos, para justificar nossa ausência do local de trabalho, em dias que antecedem feriados.
Corrupção é aplaudir nosso filho que nos apresenta notas altas nas matérias, mesmo sabendo que ele as adquiriu à custa de cola. E que dizer dos que se oferecem para fazer prova no lugar de outros?
Ou realizar toda a pesquisa que a ele caberia fazer? Ainda podemos acrescentar que corrupção é criar denúncias e ou calúnias falsas para atingir objetivos de interesses pessoais, deixando de lado a lisura da prova real.
Não tenha medo de ser diferente daqueles à sua volta. O que o mundo precisa é de pessoas que fazem o que é necessário e que amem o que fazem. Assim o resultado financeiro virá como consequência natural, sem “atalhos” na tentativa de encurtar o tamanho da estrada.
Como na história do mestre carpinteiro e seus auxiliares que em busca de madeira para construção, deram com uma árvore gigantesca. – Não vamos perder nosso tempo com essa árvore. Vamos demorar muito a cortá-la, não servirá para fazer um barco, porque ele afundará. De tão pesado que é o seu tronco. Não serve para um teto, por ser pesada. Disse o mestre.
Um dos aprendizes comentou: – Uma árvore tão grande, e não serve para nada…. – Você está enganado – respondeu o sábio carpinteiro – ela seguiu seu destino à sua maneira. Se fosse igual às outras, nós a teríamos cortado; mas porque teve coragem de ser diferente, permanecerá viva e forte por muito tempo. Pense nisso, mas pense agora!
Saulo Gouveia é consultor financeiro e organizacional, e atua oferecendo novos significados para viver as virtudes em abundância. Articulista de A Gazeta, escreve neste espaço aos domingos. saulogouveia@seubolso.com.br ou www.seubolso.com.br