Com nosso associado Saulo Gouveia, Um corte aqui, outro ali…
Dizia o Manoel ao amigo: – Esta noite sonhei com todos os meus credores! O amigo respostou imediatamente: – E deu tempo? Esta anedota é engraçada por fazer parte do cotidiano dos brasileiros, que têm o hábito de comprar a crédito bens de consumo. Isso é uma armadilha.
Você decidiu trocar o seu celular e parcelou o pagamento em seis prestações de R$ 100, imaginando que o valor das mensalidades possa ser facilmente coberto, caso você corte uma despesa aqui e outra ali pelos próximos meses. Mas será que você cumprirá com a promessa?
Foi passear na Chapada no fim de semana e gastou mais um pouco. Gasolina, restaurante, bebidas, lanches, protetor solar, balada. Nem teve fôlego e já é seu aniversario. Receber os amigos para um churrasquinho é o mínimo que pode fazer, afinal você merece?
Então tá, chama os parentes – seus e da esposa – além de alguns amigos dos filhos. Bolo, doces e vela para soprar…
A escola de seu filho ligou e tem um passeio programado para os alunos e vão fazer o rateio das despesas. A pedra da pia de casa quebrou, precisa reparar, chama o especialista, mais trezentos reais para garantir um bom serviço.
Vou parar por aqui, para não assustar mais…. E agora como fica a prestação do celular? Os eventos não programados, mas necessários, encavalaram as prestações e não está dando para pagá-las. Está aí a armadilha em que caímos facilmente. Na hora de comprar, tudo é fácil, porém na hora de cortar aqui ou ali…
Bem depois, vêm motivos convincentes e irrefutáveis para convencer a nós mesmos daquilo que nem foi lembrado. Nessa arapuca, os desejos são confundidos com necessidades. Sendo alguns, como o aniversário, são importantes, mas outros nem tanto.
O lazer não é a maior despesa do orçamento doméstico. As despesas com automóvel, moradia e despesas pessoais são maiores, sendo que o item “dívidas contraídas” são as de maior peso.
Seja firme no controle do seu orçamento. Além das contas de necessidades básicas, que não podem ser cortadas, é comum gastarmos dinheiro com a pizza no final de semana com os amigos, a cerveja com o pessoal do time depois do futebol de domingo, ou experimentando todas as novidades em cremes e tratamentos no salão de beleza, que você faz questão de visitar mensalmente.
Ter muitas coisas não é um mal, não é errado e nem prejudicial. O mal está em querer muito mais do que o necessário, em ser insaciável no desejo de querer sempre mais. Tenha planos para o futuro, mas viva hoje, bem com o que tem, e poderá sonhar não com seus credores, mas com seus devedores. Pense nisso, mas pense agora!
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